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sábado, 5 de março de 2011

A DOR E O SOFRIMENTO COMO EVOLUÇÃO




Não precisa ser um “expert” no assunto para ter uma vaga ideia sobre o quê aborda o tema.
Usar nossos martírios, desventuras para ascender, sabe-se lá aonde e por onde já soa um tanto religioso. Mas lamento em informar que não há outro caminho a não ser esse.
Não me refiro à religião em si mas incorporar o desenvolvimento espiritual em nossas vidas.
E, sendo assim, formar dentro dele capacitação para fazer com que nossos infortúnios se tornem degraus para a nossa evolução.
Existem “ enes” tipos de sofrimento humano. Temos desde à doenças mundialmente famosas, por ceifar vidas, quase como um genocídio, como relacionamentos onde o pico da desavença culmina em mortes.
De um lado temos o que causa a dor, de outro o sofredor.
Tirando os relacionamentos como exemplo, tanto quem sofre como quem causa-lhe sofrimentos dividem o mesmo fardo.
Aquela pessoa que encontra-se na posição de traída, desprezada, abandonada, abusada, humilhada, que sofre todo tipo de violência  tem por excelência a condição humana de perdoar.
Perdoar quem te maltrata, quem te fez sofrer não significa ficar com essa pessoa e à mercê dela. Observe a sutil diferença. Afinal, o exercício do perdão deve ser bom para você!
Aquela pessoa que causa dor, desilusão, angústia, desespero, ódio, a quem ela deveria perdoar? A quem ela poderia recorrer e exercer seu lado humano e retribuir com bondade e cristandade? Imagino que seja esse o motivo  ser muito difícil a regeneração do caráter humano. O indivíduo  também sofre quando compreende o mau que causou à outrem. Acompanhou até aqui?
Eles precisam também se perdoar. O remorso levam muitos à beira do suicídio.
Temos que primeiramente nos  perdoar por ter-nos permitido que nos causassem tamanha dor. Esse é um ponto. Também não podemos nos prender ao fato de que, por termos passado por infortúnios com A ou B, A ou B deva sustentar nosso amor próprio, por ora ferido.
Temos que nos perdoar sim, pois somos co-autores dos nossos sofrimentos. E ponto.
Ninguém pode justificar que permanece em uma relação por que “a familia”, por que “meus filhos”, por que “meu trabalho” “por que eu não tenho estudo suficiente”, “meu salário não dá para sustentar ”, “ah, o quê minha familia vai dizer se...”. O protagonista/roteirista de sua história é você!
Ninguém é responsável pelos seus fracassos e sucesso a não ser você!
Perdoar a outra pessoa.
Todos nós estamos numa caminhada evolutiva. Em menor ou maior grau. Não importa. Todos estamos na mesma “Roda”. Onde começa e acaba não é relevante.
Toda a dor, seja qual ela for, vem acompanhada de uma vasta enciclopédia.
Cada episódio de nossas vidas é um volume.
E cada vez que experienciamos um sofrimento é um capítulo.
Então, não seria justo se Deus não fizesse isso. Concorda?
Esse é o sentido de evoluir através da dor e do sofrimento.
Se a vida de alguém não servir de lição depois da dor e do sofrimento, eu sinto muito.
Só resta lamentar, pois foi tudo em vão.
O que aprendi no decorrer da minha existência é que a dor deve servir para nos conhecermos melhor como ser humano e evoluírmos. Quando digo isso, me sinto um pouco envergonhada, pois beirando meus 50 anos  acredito que ainda não vivi o bastante e tenho tanto à aprender!
Quando aprendi a perdoar retirei da outra(s) pessoa(s) toda a responsabilidade da minha felicidade, dando-me o direito de aprender sobre a vida, sobre as pessoas e sobre eu mesma e minha caminhada espiritual.  Então, hoje eu compreendo que, como sou capaz que entender a dor alheia, quem faz sofrer e chega enfim no seu entendimento (assim como eu cheguei ao meu) compreende o que não se deve fazer à alguém. Assim ambos evoluímos!
É lógico que 75% da humanidade não deve pensar assim (eu acho), mas fazemos esforços diários com práticas religiosas (não mencionei religião), esotéricas, leituras, muito estudo  e novas descobertas que venham a estar ligadas à um novo paradigma, à um novo modo de pensar e se posicionar espiritualmente  na humanidade.
Quando cada pessoa compreender que todos estão juntos aqui para de desenvolverem-se, para se espiritualizarem-se, sem estar contabilizando o que “fulano faz ou deixou de fazer parar crescer”, olha, isso não tem valor nenhum, e em nada acrescenta.
Tendemos a contabilizar as atitudes das pessoas, principalmente aquelas as quais temos nossas diferenças, ransos, mágoas, concluindo que isso nos trará algum bônus em nossa “jornada”. Claro que não! Só nos tira “pontos na carteira”.
Em primeira instância limpar nossos corações dos velhos ressentimentos é a receita para evoluírmos. Compreender as atribulações da vida humana, não delegar nossa felicidade a outrem, não sermos co-autores dos nossos sofrimentos e ter o entendimento de que somos os protagonistas de nossa história.
“Velhos ressentimentos” a que me referi ali acima é justamente a questão do perdão.
“Eu te perdoo”, ou seja “eu te absolvo de todo o mal que você me fez”.
Quando digo que somos co-autores da nossa dor, não seria isso uma contradição? Exato.
O certo deveria ser “ Eu compreendo toda a minha responsabilidade pela minha vida e felicidade. Sendo assim não responsabilizo você por nada”.
Descobri que “você me completa”, “eu preciso de você”, “eu não sei viver sem você”, “sem você não sou ninguém”, estão longe de serem relacionamentos duradouros e confiáveis, pois quando dependemos de alguém, precisamos de alguém, nos perdemos na vida sem essa pessoa para sermos felizes não temos cacife para fazer ninguém feliz começando por nós mesmos.
Em primeira linha devemos adquirir auto confiança, equilíbrio, sermos completos por nós mesmo então aí sim, pensarmos em nos relacionar e ser feliz.

Um comentário:

  1. Parabéns, pela bela explanação deste tema.
    Que Deus continue te dando mais inspiração para escrever, e que possas repassá-las pra todos àqueles que querem ter um pouquinho mais de conhecimento.
    Aliás, todos os temas estão muito bem redigidos, porque tudo que é feito com AMOR, sai perfeito.

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